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  • Foto do escritorHyago Cerqueira

Pandemia estimula disputa por espaço entre streamings e cinemas

Atualizado: 1 de dez. de 2020

Apesar de ser uma opção no isolamento, os lançamentos digitais de filmes não agradam tanto quanto as salas presenciais.


Foto: Reprodução


Com a pandemia do coronavírus, diversos setores da sociedade foram obrigados a se adaptar e encontrar novas maneiras de sobrevivência. O ramo do entretenimento foi um dos mais afetados por essa nova realidade, principalmente o cinema. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apesar da retomada gradual que já está ocorrendo, houve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão.


A suspensão de atividades presenciais fez com que um dos principais locais de diversão do brasileiro permanecesse por meses de portas fechadas, e o lançamento de diversos filmes foi adiado. No entanto, diversos estúdios cinematográficos encontraram no meio digital uma forma de amenizar os danos, com a disponibilização das produções em streamings.


Um dos primeiros na modalidade, Trolls 2, lançado em abril, arrecadou cerca de US$ 40 milhões na estreia e superou as expectativas da Universal Filmes. A Warner Bross seguiu os mesmos passos com Scooby, que conseguiu cerca de R$ 50 milhões no lançamento digital.


Contudo, também houve decepções. Um dos filmes mais esperados do ano, Mulan estreou no streaming da Disney com arrecadação de US$ 23,2 milhões no fim de semana inicial, abaixo do esperado pela produção. Entre os principais motivos para a rejeição do público, está o preço para assistir os filmes em casa, que no Brasil varia entre R$ 24,99 e R$ 49,99, valor mais alto do que o ingresso do cinema em algumas cidades.


Para a estudante Karolayne Araújo, 23 anos, pagar um valor alto para ter a experiência do filme em casa não vale a pena. “Eu gosto da experiência que o cinema proporciona, principalmente da qualidade de áudio e imagem que não temos em casa e apesar de reconhecer o valor da obra, eu considero o valor inacessível para vivenciar a experiência em casa”, relata.


Fotógrafo e entusiasta do mundo cinematográfico, Patrick Abreu, 19 anos, acredita que o novo formato abre oportunidades, mas também não garante toda experiência do cinema. “Apesar dos serviços de streaming serem muito bem-vindos, dando uma liberdade criativa diferente para as produtoras… A experiência de assistir um filme numa sala de cinema abrange e aproveita todos os recursos que compõem uma produção cinematográfica: experiências visuais, sonoras e o próprio clima e emoção que a sala de cinema estabelece entre todos que estão assistindo”, afirma.


De acordo com a Abraplex, apesar do crescimento, os streamings não devem substituir o cinema. “É uma nova tendência que pode ser usada aliada aos cinemas, mas provavelmente não irá substituir, já que os longas demandam um custo muito alto, e apenas com os streamings não seria possível atingir o lucro necessário”, explica a associação.


Além disso, para quem produz os filmes, quanto mais pessoas atingidas melhor. “Diversos estúdios estão começando a lançar os filmes nas duas modalidades, mas é inegável o fato de que o cinema atinge mais pessoas, logo, é favorável para quem cria tais filmes”, conclui.

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